segunda-feira, 2 de maio de 2011

SANTO ATANÁSIO DE ALEXANDRIA - 02 DE MAIO








Santo Atanásio de Alexandria (* 295 , em Alexandria – † 2 de maio de 373, em Alexandria), bispo de Alexandria.

 Considerado santo pela Igreja Ortodoxa e Igreja Católica (esta última reverencia-o também como um dos seus trinta e três Doutores da Igreja) e ainda um dos mais prolíficos Padres gregos.




Num documento de 367 ele fez uma lista de 27 livros, que são os livros do Novo Testamento, justamente para tirar as dúvidas com relação aos deuterocanônicos do Novo Testamento: a epístola aos Hebreus, II Epístola de Pedro, Apocalipse, epístola de Tiago, II e III epístolas de João e a epístola de Judas.


Foi um dos defensores do ascetismo cristão, tendo inaugurado o género literário da hagiografia, com a Vida de Santo Antão do Deserto, escrita primeiramente em grego e logo traduzida para latim, tendo-se difundido com grande rapidez pelo Ocidente do Império Romano.


Este género baseava-se nas Vitæ de autores romanos pagãos (v. g., as Vidas dos Doze Césares, de Suetónio); porém, o que Atanásio procura fazer é tornar as Vitæ um modelo a ser seguido por todo o rebanho cristão, e é nesse sentido que é visto como criador do género; o que relata não tem que ser necessariamente verdadeiro, antes deve infundir no crente cristão a vontade de cultivar esse mesmo modelo de vida.


Índice

1 Santíssima Trindade

2 Maria no Cristianismo

3 Primado do Papa

4 Igreja Católica

5 Bispo Atanásio na visão cristã protestante





 Santíssima Trindade

Do ponto de vista doutrinal, foi perseguido e exilado devido às acesas discussões que manteve contra partidários do Arianismo; para além disso, defendeu a consubstanciação das Três Pessoas Divinas na Santíssima Trindade, tal como definido pelo Concílio de Niceia, em 325, no Credo Niceno.


 Maria no Cristianismo


O "Verbo gerado pelo Pai, nas alturas, de modo inefável, inexplicável, incompreensivelmente e eternamente, foi Ele que nasceu no tempo aqui em baixo, da Virgem Maria, a Mãe de Deus".


Em seu livro sobre A encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, Santo Atanásio usa oito vezes a palavra theotokos - Mãe de Deus - para designar a Virgem Maria.


 Primado do Papa

Santo Atanásio apelou a Roma contra a decisão do Concílio de Tiro (335) que o destituíra de sua diocese.

O Papa Júlio anulou as decisões desse Concílio, restituindo às suas sés episcopais tanto Santo Atanásio como Marcelo de Ancira.







ENTRE OS SANTOS QUE SUSTENTAM A CÁTEDRA DE PEDRO ESTÁ  SANTO ATANÁSIO






O Papa Júlio escreveu então:


"Se eles [Atanásio e Marcelo] realmente agiram mal, como dizem, o juízo deveria ter sido realizado de acordo com os cânones eclesiásticos, e não dessa maneira… Não sabe que o costume é que primeiro nos dirijam cartas a Nós (plural majestático) e depois procedam conforme se defina então?" (Atanásio, "Apologia", 35).


 Igreja Católica


O Credo Quicumque de Santo Atanásio diz: "Esta é a fé católica e quem não crer nela fiel e firmemente não poderá salvar-se" (Denzinger, 39).

Bispo Atanásio na visão cristã protestante


Atanásio orientou e fortaleceu muito o cristianismo de sua época, defendendo inclusive a guarda do sábado bíblico: "Reunimo-nos no dia de sábado não porque estejamos infectados de judaísmo… Achegamo-nos ao sábado para adorar a Cristo, o Senhor do sábado." - Pseudoathan, de semente, tomo I, pág. 885.


Sem dúvida sua ajuda influenciou muito o triunfo da verdade na vida dos cristãos de sua época. Doutor da Igreja, foi nomeado Patriarca de Alexandria em 328. Consagrou todo o seu mandato à luta contra o arianismo, tendo sido, por isso, exiliado cinco vezes. (Fonte: Enciclopédia Barsa: Atanásio, Santo).


O arianismo foi uma doutrina mais tarde reconhecida como uma heresia pela Igreja. Ela se originou na idéia de que Jesus seria o primeiro ser criado por Deus, o Pai, que seria o único Deus. Embora existam provas conclusivas de que os apóstolos e seus sucessores veneravam a Cristo como um Deus completo, afinal o Messias profético deveria ser Deus encarnado, Ário, que foi um presbítero da igreja de Antioquia, afirmava que Jesus provinha de Deus.


Defendeu doutrinas importantes no Cristianismo apresentado pelos apóstolos e merece atenção da comunidade protestante e evangélica.


PORMENORES DA VIDA E DOUTRINA DE SANTO ATANÁSIO




O século IV, a idade de ouro da literatura cristã, nos oferece em seus umbrais a figura gigantesca de Atanásio de Alexandria, o homem cujo gênio contribuiu para o engrandecimento da Igreja muito mais que a benevolência imperial de Constantino.






Seu nome está indissoluvelmente unido ao triunfo do Símbolo de Nicéia", que ainda hoje rezamos.


"Há nome mais ilustre que o de Santo Atanásio entre os seguidores da Palavra da verdade, que Jesus trouxe à terra?

Não é este nome símbolo do valor indomável na defesa do depósito sagrado, da firmeza do herói face às mais terríveis provas da ciência, do gênio, da eloqüência, de tudo o que pode representar o ideal de santidade de um Pastor unido à doutrina do intérprete das coisas divinas?

 Atanásio viveu para o Filho de Deus; Sua causa foi a de Atanásio. Quem estava com Atanásio, estava com o Verbo eterno, e quem maldizia o Verbo eterno maldizia Atanásio",

 comenta Dom Guéranger, o admirável autor eclesiástico do século XIX.


É esse grande Santo que comemoramos no dia 2 deste mês (Maio)


Arianismo: heresia devastadora


Deus nosso Senhor permitiu que houvesse várias heresias logo no início da Igreja. Com isso, ao refutá-las, os doutores foram explicitando a verdade católica a partir da Revelação e estabelecendo assim os fundamentos básicos sobre os quais se firmasse a verdadeira doutrina.


Uma das heresias que mais dano causou à Igreja, a partir do século III, foi o arianismo, devido ao apoio que encontrou da parte de muitos bispos e imperadores.


Na segunda metade do século III, Melécio, Bispo de Lycopolis, rompeu com São Pedro de Alexandria, provocando um cisma que dividiu o patriarcado de Alexandria. Melécio caiu em cisma (ou seja, provocou uma divisão) por ter discordado da indulgência do Santo ao receber de volta à Igreja cristãos arrependidos que, por fraqueza, haviam oferecido incenso aos ídolos para evitar a morte.


Ario, homem intrigante, habilidoso, persuasivo, vindo da Líbia, juntou-se aos cismáticos. Elevado ao sacerdócio pelo primeiro sucessor de São Pedro de Alexandria, ambicioso e buscando preeminência, Ario começou a pregar uma nova doutrina, que negava a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Santo Alexandre, novo Patriarca de Alexandria, condenou-a como herética.


Atanásio: sustentáculo anti-ariano





"Jamais, talvez, nenhum chefe de heresia possuiu em mais alto grau que Ario as qualidades próprias para esse maldito e funesto papel.

Instruído nas letras e na filosofia dos gregos, dotado de uma rara fineza de dialética e de linguagem, ele conseguia dar ao erro o aspecto e o atrativo da verdade.



 Seu exterior ajudava a sedução. Seu orgulho se disfarçava sob uma simples vestimenta, sob um olhar modesto, recolhido, mortificado, que lhe dava um falso ar de santidade, e ao qual ele sabia aliar um trato gracioso e um tom doce e insinuante".


 Isso lhe abriu a porta dos grandes e poderosos do mundo.

Eusébio de Cesaréia lhe concedeu asilo e o protegeu. Eusébio de Nicomédia tornou-se seu mais forte defensor. Por isso sua heresia estendeu-se séculos afora, provocando grande mal à Igreja.


O crescimento e o tumulto da nova heresia preocupou o Imperador Constantino, que enviou o mais venerado Prelado da época, Ósio de Córdoba, a Alexandria, para tentar fazer cessar a "epidemia". Este, estando com Santo Atanásio, reconheceu logo sua ortodoxia; bem como a má-fé e erro de Ario.










Por isso, aconselhou o Imperador a convocar um concílio em Nicéia, para condenar a nova heresia.












Neste foi composto o famoso Credo de Nicéia, que alguns heresiarcas assinaram constrangidos, e outros, recusando-se a fazê-lo, foram exilados.


Foi ali, na grande assembléia, que um pequeno grande homem, secretário de Santo Alexandre, se fez notar pelo fogo de suas palavras, eloqüência e amor à ortodoxia católica.

Era ele Atanásio.




Moldador dos acontecimentos


"Atanásio era uma dessas raras personalidades que deriva incomparavelmente mais de seus próprios dons naturais de intelecto do que do fortuito da descendência ou dos que o rodeiam. Sua carreira quase personifica uma crise na história da Cristandade, e pode-se dizer dele que mais deu forma aos acontecimentos em que tomou parte do que foi moldado por eles".


A esta descrição psicológica devemos acrescentar sua fé profunda e inabalável, a serviço da qual colocou suas qualidades naturais.


De estatura abaixo da média (pelo que foi objeto de debique por parte do apóstata Juliano), segundo seus biógrafos, era de compleição magra, mas forte e enérgico.

Tinha uma inteligência aguda, rápida intuição, era bondoso, acolhedor, afável, agradável na conversação, mas alerta e afiado no debate.


A História não guardou o nome de seus pais. Pela alta formação intelectual que ele demonstra ainda jovem, julga-se que pertencia à classe mais elevada.


Jovem Patriarca de Alexandria




Ainda adolescente, foi notado e apreciado por Santo Alexandre, que o tomou sob sua proteção e, com o tempo, o fez seu secretário.












No Concílio de Nicéia ainda não havia recebido a ordenação. Mas, cinco meses depois, Santo Alexandre, ao falecer, designou-o como seu sucessor na Sé de Alexandria. Atanásio tinha apenas trinta anos de idade.


Triste herança recebeu o jovem bispo.


 Durante seus primeiros anos de episcopado, os melecianos e arianos juntaram-se para tumultuar o povo e lançar o espírito de revolta, de que se alimentam as heresias.


Pois o arianismo, se bem que tivesse um suposto fundamento religioso, era mais um partido político de agitadores, como muitos movimentos da esquerda católica de hoje em dia. Não havia calúnia, difamação e ardil que os arianos não inventassem contra Atanásio, para minar sua autoridade.


O Imperador Constantino, perdendo sua mãe Santa Helena, ficou sob a influência de sua irmã Constância, conquistada pela heresia. A pedido dela, fez voltar do exílio os hereges exilados em Nicéia, enquanto perseguia os católicos ortodoxos.


A astúcia dos santos


Apenas retornado do exílio, Eusébio de Nicomédia convoca um concílio em Cesaréia, sede do outro Eusébio ariano, para condenar Santo Atanásio. Este é intimado a comparecer em Tiro — para onde o concílio havia sido transferido — a fim de responder às acusações assacadas contra ele.


Fizeram entrar uma mulher de cabelos desgrenhados que, com altos gritos, acusou o Santo de ter dela abusado.

Um dos padres de Atanásio, percebendo o jogo, levantou-se e foi até a impostora, exclamando: "Como! Então é a mim que imputas esse crime?!".

 Ela, que não conhecia Atanásio, replicou: "Sim, é a ti. Eu bem te reconheço".

 Houve uma gargalhada geral, e a miserável fugiu cheia de confusão.


Mas isso não desarmou os impostores. Mostrando uma mão ressequida, afirmaram pertencer a um tal Arsênio, que havia tempos desaparecera, e certamente fora esquartejado por Atanásio para efeitos de magia.

Atanásio faz entrar na sala o próprio Arsênio, que descobrira na solidão do deserto.

 Mostrando-o, disse aos acusadores: "Vejam Arsênio, com suas duas mãos. Como o Criador só nos deu duas, que meus adversários expliquem de onde tiraram essa terceira".

 Os hereges, confundidos, provocaram verdadeiro tumulto e suspenderam a sessão.


Exílio causado por amor à ortodoxia






Com calúnias e outros artifícios, os hereges, que gozavam do prestígio do poder imperial, conseguiram que o Santo fosse exilado cinco vezes.


O primeiro exílio, em Treveris, durou cinco anos e meio, terminando em 337 quando, com a morte de Constantino, seu filho do mesmo nome chamou Atanásio para ocupar novamente sua Sé. No ano anterior, Ario, sentindo-se mal quando era levado em triunfo pelos seus partidários, teve que retirar-se a um lugar escuso, onde morreu com as entranhas nas mãos.


Entretanto, morto o heresiarca, não morreu a heresia, que em 340 conseguiu impor um bispo herege em Alexandria, tendo Atanásio que fugir para o exílio em Roma. Foi bem acolhido pelo Papa, que condenou o intruso.


Atanásio passou três anos em Roma, onde introduziu os monges do Oriente. Publicou na Cidade Eterna grandes obras contra os hereges arianos. Em 343 foi exilado para a Gália.


A década de 346 a 356 foi o período de ouro para Atanásio na Sé de Alexandria. Pôde dedicar-se inteiramente ao ministério episcopal, instruindo o clero e o povo, dedicando-se aos necessitados e favorecendo a vida monástica. Sobretudo fortaleceu na fé os católicos fiéis.


Em um novo concílio, em Milão, em 356, os arianos obtiveram que Santo Atanásio fosse mais uma vez exilado.






Ele retirou-se então para o deserto do alto Egito, levando uma vida de anacoreta durante os seis anos seguintes, vivendo com os monges e dedicando-se a seus escritos.


Perseguição inclemente ao Santo


Com a subida de Juliano, o Apóstata, ao trono imperial, Atanásio pôde voltar, em 362, a Alexandria.

Mas, pouco depois, ciumento do prestígio do Santo, o ímpio imperador mandou exilá-lo de novo. Não foi por muito tempo, pois Juliano faleceu no ano seguinte, depois de ter tentado restaurar no Império o paganismo.

O novo imperador, Joviano, anulou o exílio de Atanásio, que voltou mais uma vez a Alexandria.


Favorecido com a boa vontade do novo Imperador, o patriarca pensava desta vez poder dedicar-se inteiramente às suas ovelhas.

Joviano, entretanto, faleceu no ano seguinte, e Atanásio foi mais uma vez exilado.

Conta-se que teve de refugiar-se durante quatro meses no túmulo de seu pai.


O povo de Alexandria não podia passar sem seu zeloso pastor. Recorreu nessa ocasião a Valente, irmão do Imperador ariano Valentiniano, e obteve que Atanásio pudesse voltar em paz à sua igreja.


Assim, depois de uma vida tão tumultuada e de tantos perigos, Santo Atanásio, como ressalta o Breviário Romano, "morreu em paz em seu leito", no dia 18 de janeiro de 373. Havia governado, com intervalos, durante 46 anos, a igreja (diocese) de Alexandria.


O grande iluminador

"`No caráter de Atanásio — disse Bossuet — tudo é grande'.

Toda sua vida é a revelação de uma energia prodigiosa, que só encontramos em épocas decisivas.





 Indiscutivelmente, sua grandeza como homem o coloca na primeira linha dos caracteres mais admiráveis que produziu o gênero humano.

Como escritor e Doutor, pôde ser chamado o grande iluminador, e coluna fundamental da Igreja".



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http://pt.wikipedia.org/wiki/Atan%C3%A1sio_de_Alexandria



















RELÍQUIAS DE ATANÁSIO EM VENEZA, ITÁLIA









DEPOIS DA VISITA DO PAPA SHENOUDA III
AO VATICANO,

O PAPA PAULO VI
EM SINAL DE PROXIMIDADE COM A IGREJA ORTODOXA DEU
AS RELÍQUIAS PARA A ATUAL IGREJA ORTODOXA NA FOTO ACIMA.





















































































































































































































































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