segunda-feira, 15 de abril de 2013

PROFECIAS BÍBLICAS DAS DORES DE MARIA, MÃE DE JESUSã

A Tradição cristã sempre viu no Antigo Testamento profecias ou analogias sobre a vida de Cristo  sua Mãe, Maria.

Tomando o Livro das Lamentações, os Cânticos dos Cânticos  lembrarei aqui passagens que podem ser atribuídas como se fossem profecias sobre as dores, angustias e soledade da Virgem Maria, Senhora  Mãe de Deus e da Igreja, preditas claramente pelo profeta Simeão no Evangelho de São Lucas.
1- ENTENDENDO O LIVRO DAS LAMENTAÇÕES:
O Livro das Lamentações ( איכה ʾēḫā(h), Eikha ou Eiká, cuja tradução literal é "Como!", ou ainda "Oh!") é um livro que faz parte da subdivisão da Bíblia chamada de Profetas Maiores, nas Bíblias Cristãs, vem depois do Livro de Jeremias e antes do Livro de Ezequiel.
Livro cuja autoria é tradicionalmente atribuída ao profeta Jeremias, quando com os próprios olhos via a destruição da cidade de Jerusalém por Nabucodonosor, rei de Babilônia, por volta do ano 589 a.C.
São cantos fúnebres que descrevem, de modo doloroso e poético, a destruição de Jerusalém pelos babilônicos em 586 AC, e os acontecimentos que se sucederam a essa catástrofe nacional: fome, sede, matanças, incêndios, saques e exílio forçado (cf. 2Rs 24-25).
As Lamentações são usadas na Liturgia da Igreja Católica por ocasião da Semana Santa, para lembrar o sofrimento de Jesus.
A tradição popular conservou, durante a procissão da Sexta-feira Santa, no canto da Verônica, um trecho das Lamentações, posto na boca de Jesus: "Vocês todos que passam pelo caminho, olhem e prestem atenção: haverá dor semelhante à minha dor?" (1,12).
Os judeus recitam o livro no grande jejum que lembra a destruição do Templo de Jerusalém, no dia 9 do quinto mês do Calendário judaico (ab).
2- PASSAGENS BÍBLICAS:


No Evangelho de São Lucas o profeta Simeão profetizou que a Virgem Maria teria muito que sofrer também no future, por causa dos sofrimentos de seu Filho.














Dizendo que uma espada transpassaria sua alma, Simeão assinala a união perfeita de amor entre Mãe e Filho, mostrada no Gênesis quando fala da descendência da Mulher (descendência que por excelência é o Cristo, mas  também assinala a Virgem Mulher, Maria).

União entre Mãe e Filho também mostrada no ultimo dia da vida de Jesus, quando aos pés de sua cruz estava de pé, o que assinala forca e fé, a Virgem Santa.

União entre Mãe e Filho na luta contra o dragão do mal, o demônio, mostrada por João no Apocalipse ao descrever a Igreja com as características da Mãe do Senhor e sendo coroada Rainha.

No livro das lamentacoes, vemos muitas passagens que nos falam da Cidade de Jerusalém, mas que nos lembram as dores da Mãe do Senhor.

Maria aos pés da cruz e ao ver seu Filho morto deve ter se sentido abandonada, assim como seu Filho se sentiu na cruz:

LAM 1,1
Alef. Como está abandonada a cidade tão povoada! Assemelha-se a uma viúva a grande entre as nações. Rainha entre as províncias, ficou sujeita ao tributo.

Maria, de fato, e a grande entre as nações e a Rainha do universo como nos mostra São João no Apocalipse.  

O Livro das lamentações diz "assemelhando-se a uma viúva", pois sua  Mãe sofria de fato como uma viúva sofre, pois já não tinha São José ao seu lado e agora não tinha mais seu único Filho, o que aumentava ainda mais sua sensação de solidão no mundo.
















2". Bet. Ela chora pela noite adentro, lágrimas lhe inundam as faces, ninguém mais a consola de quantos a amavam. Seus amigos todos a traíram, e se tornaram seus inimigos." (Lam 1,2)

Pela noite adentro, Maria chorou a morte de seu Filho na sexta-feira da morte dele e como diz o texto, os amigos de seu Filho que deveriam estar la junto dela aos pés da cruz, o traíram e o abandonaram com medo, só João ficou com ela.

 Assim,podemos atribuir a Maria a palavra que diz:


"16. Ain. Eis o motivo por que choro; fundem-se em lágrimas os meus olhos, porque ninguém a meu lado me consola, nem me alenta. Vivem consternados os meus filhos, porque triunfa o inimigo.
17. Pe. Sião estende as suas mãos sem que ninguém a console." (Lam 1,16-17)
"19. Cof. Levanta-te à noite; grita ao início de cada vigília; que se derrame teu coração ante a face do Senhor. Ergue para ele as mãos, pela vida de teus filhos que caem de inanição, em todos os cantos das ruas." (Lam 2,19)












Maria chora também pelos filhos que se perdem, pelos Apóstolos que a deixaram só, menos João, e não apoiaram seu Filho no momento em que Ele mais precisava.




Ainda hoje, Maria chora, como na aparição dela na cidade de Salete, na Franca, pedindo a conversão dos homens que se afastaram de Deus. Maria chora porque seus filhos vivem consternados deixando-se vencer pelo inimigo e suas seduções modernas.

Maria estende, como Sião, para nos suas mãos esperando que nos convertamos e assim consolemos o seu coração e o coração de Deus, tão ofendido pelos homens como ela nos disse em sua aparição em Fátima, Portugal.
 Maria  Levanta-se sempre e grita numa vigília eterna; derramando seu coração ante a face do Senhor. Ergue para ele as mãos, pela vida de seus filhos que caem em pecado (Lam 2, 19) suplicando incansavelmente por nossa conversão, pois pela Virgem nos veio a Graça plena de Deus, o Cristo e por Ela continuamos a receber suas gracas benditas, as graças vindas de seu Filho, Jesus Cristo. 

Como diz a escritura:

"Sade. Seu coração clama ao Senhor. Ó muralha da filha de Sião, transborda dia e noite a torrente de tuas lágrimas! Não te dês descanso, e teus olhos não cessem de chorar!"(Lam 2,18)











Maria não cessou de chorar, sem descanso clamou ao Senhor lembrando seu Filho morto, sofrendo a solidão de sua ausência.








Hoje, Maria clama ao Senhor sem descanso pelos que seguem  e guardam os mandamentos de seu Filho, para que persevere na fé e não se desviem do bom caminho, como também ora junto com todos os Santos, mas de um modo especial como Mãe da Igreja, para que o número dos que devem se salvar se multiplique e chegue a plenitude.
 Mas quem pode consolar uma Mãe da perca de seu Filho?
 "Dalet. Estão de luto os caminhos de Sião, e ninguém mais vem às suas festas. Suas portas todas estão desertas, gemem seus sacerdotes, afligem-se as virgens, e ela mesma vive na amargura." (Lam 1,4)
 .
O tempo que se seguiu sem Cristo, Maria viveu na amargura, de luto, afligindo-se, pois não tinha mais o seu Filho amado junto de si.

Tanta era sua dor, que podia dizer como o trecho abaixo:

"12. Lamed. Ó vós todos, que passais pelo caminho: olhai e julgai se existe dor igual à dor que me atormenta, a mim que o Senhor feriu no dia de sua ardente cólera." (Lam 1,12)

O Senhor a feriu no dia de sua ardente cólera com uma espada que transpassou sua alma ao ver seu Filho Divino morto na cruz  e em seus braços.

 Aquele foi o dia da cólera do Senhor, pois os pecados e o castigo que pesava sobre nos foi tomado por Cristo em seu próprio corpo.
 Assim, cumpriu-se a palavra " O Senhor esmagou no lagar a virgem, filha de Judá" (Lam 1,15), pois a Virgem Maria foi esmagada pela dor, solidão e amargura.

Em Maria, cumpriu-se a palavra que diz:
 "Mem. Que dizer? A quem te comparar, filha de Jerusalém? Quem irá salvar-te e consolar-te, ó virgem, filha de Sião? É imensa como o mar tua ruína: quem poderá curar-te?" (Lam 2,13 )
Nos versículos 15 e 16, temos uma passagem que nos remete aos sofrimentos de Cristo na cruz descritos nos Evangelhos:
"15. Samec. Todos os transeuntes, ao te verem, batem palmas, e assobiando meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém. Eis a cidade da qual diziam ser a beleza perfeita, a alegria do universo.
16. Pe. Abrem a boca contra ti todos os teus inimigos. Escarnecem e rangem os dentes. Nós destruímos, dizem eles, eis o dia esperado, estamos nele, estamos vendo!" (Lam 2,15-16)


Nesse trecho, vemos realizar-se os insultos ditos contra Cristo na cruz:

"Os que passavam lançavam-lhe insultos, balançando a cabeça e dizendo: "Ora, você que destrói o templo e o reedifica em três dias,
desça da cruz e salve-se a si mesmo! "
Da mesma forma, os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei zombavam dele entre si, dizendo: "Salvou os outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo."
Marcos 15:29-31

Maria está associada a esse sofrimento de Cristo, pois ao zombar de seu Filho de alguma forma ofendiam sua Mãe. 

E se zombavam abertamente  e com prazer de Jesus, imagine se não zombaram também de sua Mãe, que diante de sua cruz mostrava apoio e amor ao seu Filho?
 Seu coração clama ao Senhor.
 Ó muralha da filha de Sião, 
transborda dia e noite a torrente de tuas lágrimas!
Não te dês descanso,
e teus olhos não cessem de chorar!

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