terça-feira, 2 de julho de 2013

Livros foram acrescentados à Bíblia pela Igreja Católica? CATOLICO RESPONDA




A Igreja Católica usa os deuterocanônicos desde a era apostólica. 

A definição de sua inspiração já se dera oficialmente em Hipona (393) e Cartago (397 e 418), como vimos acima. 

Também o concílio ecumênico de Florença (1441) professou solenemente o católogo completo dos livros sagrados, pelo menos 1 século antes de Trento. 

A Bíblia de Guttemberg, o primeiro livro a ser impresso no mundo por volta de 1450 , também continha os deuterocanônicos.

Foi o herege Martinho Lutero, apenas em 1534, que colocou os referidos livros em apêndice, com o título de apócrifos, em sua tradução alemã da Bíblia. 

Pelo menos teve a decência de deixá-los por considerá-los bons e de utilidade (segundo palavras usadas pelo próprio "rerformador" no prólogo).
Foi a Igreja que definiu o cânon bíblico no séc. IV, selecionando os livros do Novo Testamento e confirmando todos os livros do Antigo Testamento segundo a versão da Septuaginta, incluindo os 7 livros aqui debatidos, bem como os acréscimos a Ester e Daniel. 

E a autoridade da Igreja para estabelecer o cânon é indiscutível, pois ela é a "coluna e o fundamento da Verdade" (1Tim 3,15).

A Igreja Católica foi fundada sobre os Apóstolos, que usaram a Septuaginta para escrever o Novo Testamento: das 350 citações do AT, 300 obedecem a versão dos LXX, usada pela Igreja Catolica. 

Por volta do ano 90 dC, vários anos após a destruição de 
Jerusalém pelos romanos, os judeus (fariseus) se reuniram 
em um sínodo na cidade de Jâmnia e definiram um cânon 
usando de critérios meramente nacionalistas (v. o artigo 
"Como está definido o cânon bíblico" na área de 
Apologética), deixando de fora os 7 livros em questão, pois 
não atendiam a tais requisitos.

São Jerônimo, até o ano 390 aceitava os livros deuterocanônicos como inspirados mas, indo para a Terra Santa e passando a traduzir a Bíblia para o latim diretamente do hebraico, foi influenciado pelos rabinos a considerar somente os livros aceitos pelos judeus da Jâmnia. 
Ainda assim, é possível encontrar mais de 200 referências aos deuterocanônicos nas obras do Santo. 
Fora isso, a questão do cânon bíblico para a Igreja cristã ainda não estava definida, o que torna compreensível e justificada a posição de Jerônimo.

Porém, a Igreja Católica resolveu a situação a partir dos Concílios regionais de Hipona (393), Cartago III (397) e Cartago IV (418). 
Em 450, o papa Inocêncio I reafirmou o cânon bíblico com todos os deuterocanônicos numa carta ao bispo Exupério de Tolosa. 
Para maiores detalhes, ler o artigo "Testemunhos Cristãos Primitivos - O Cânon Bíblico", na área de Patrística.
Quem segue a autoridade dos judeus de Jâmnia para definir o seu cânon, deve deixar de lado todos os livros do Novo Testamento; porém, se aceita a autoridade da Igreja, fundada por Cristo, não tem como deixar de lado os livros deuterocanônicos, pois estaria (como de fato está) em contradição.

A redação do Novo Testamento
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A redação do Novo Testamento deu-se após a morte do Senhor.


As Epístolas Apostólicas foram os primeiros livros a serem escritos, sendo a primeira delas a Epístola Universal de Tiago Menor (Apóstolo e Bispo de Jerusalém), que foi escrita antes do Concílio Ecumênico de Jerusalém (At 15), por volta do ano 40 a 45 a.C. No entanto, não se pode afirmar que as Epístolas Apostólicas eram de conhecimento de todos os apóstolos.


Porém, em 2Pe 3,16 vemos que os Escritos de Paulo eram considerados canônicos, pelo menos por São Pedro. Mas, podemos verificar que nem todas as cartas Paulinhas entraram para o catálogo do NT, como uma carta que Paulo escreveu aos Coríntios antes da "primeira carta" (cf. 1Cor 5,9), assim aos Filipenses (cf. Fil 3,1).

Também não entraram para o NT a carta de Paulo aos Laodicenses (cf. 1Tess 4,16) e uma carta aos Coríntios que segundo a Tradição foi escrita logo após a "primeira carta" e que o apóstolo faz referência na "segunda carta" em 2Cor 2,3 e que foi perdida.


Na era apostólica circulavam pelas igrejas pelo menos 7 Evangelhos escritos pelos apóstolos (Pedro, Mateus, João, Paulo, Tomé, Filipe ,Tiago (proto-Evangelho) ), o Evangelho de Lucas e o Evangelho dos Hebreus.


O Evangelho de João, com excessão do próprio Autor, não foi conhecido pelos Apóstolos, pois foi escrito por volta de 90 d.C, quando somente São João estava vivo.


O Evangelho de Marcos foi escrito após o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, quando o discípulo ocupava a Cátedra da Igreja em Alexandria no Egito.


O Evangelho de São João posteriormente ganhou um apêndice escrito por um dos discípulos do Apóstolo (provavelmente São Policarpo de Esmirna) quando este ainda estava vivo. O referido apêndice corresponde a todo Cap 21 deste Evangelho.


O livro de Atos dos Apóstolos escrito por São Lucas teve sua redação iniciada durante o ministério de Lucas junto a São Paulo e terminada antes do Martírio do Apóstolo.


Os últimos livros escritos da era Apostólica foram o Apocalipse (assim como o Evangelho do Apóstolo São João, não foi conhecido pelos demais apóstolos.

 Porém segunda a Tradição foi Escrita por João o Presbítero e não o Apóstolo) e a Carta aos Hebreus, que quanto ao conhecimento dos Apóstolos segue a mesma regra do Apolocalipse e do Evangelho de São João. 

Acredita-se que a Carta aos Hebreus foi escrita por Clemente de Roma (3º Sucessor de São Pedro e discípulo deste e de São Paulo) devido à semelhança que esta carta tem com as cartas que Clemente escreveu aos Coríntios. 

No entanto os estudiosos são unânimes ao afirmarem que esta carta realmente não foi escrita por São Paulo, devido á diferença no estilo, e devido á data que é de 90 a.C, muito após o Martírio do Apóstolo em Roma.


Outros livros também possuíam muita estima na Igreja da era Apostólica (30 d.C a 95 d.C) como Atos de Tomé, Atos de Paulo e Tecla, Carta dos Apóstolos, Apocalipse de Paulo, por exemplo.


Podemos ver que nem mesmo os Apóstolos não definiram e nem puderam definir quais eram os livros que comporiam o que hoje chamados de NT.



Fontes:


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