terça-feira, 18 de novembro de 2014

SANTO ODON - ABADE DE CLUNY - INVOCADO PARA CHUVAS - 18 DE NOVEMBRO

St. Odo of Cluny



Odon de Cluny (em latim: Odo Cluniacensis; em francês: Odon) foi o segundo abade de Cluny, responsável por várias reformas no sistema cluniacense no Reino da França e no Reino Itálico. É venerado como santo pela Igreja Católica.

Existe apenas uma única biografia contemporânea sobre ele, a "Vita Odonis" de João de Salerno.

Vida

Odon era filho de um senhor feudal de Déols, perto de Le Mans, e foi educado desde cedo na corte de Guilherme, o Piedoso, duque da Aquitânia. Depois de se juntar à Abadia de São Martinho de Tréveris, estudou em Paris com Remígio de Auxerre.

 Por volta de 909, tornou-se monge, padre e, finalmente, superior da escola da Abadia de Baume, cujo abade, Berno, foi o fundador e primeiro abade da Abadia de Cluny em 910. 



Abadia de Cluny - grande fachada do séc. XIII voltada para o parque








Odon o seguiu levando junto sua biblioteca e tornou-se abade com a morte de Berno em 927.

Autorizado por um privilégio do papa João XI em 931, Odon reformou os mosteiros da Aquitânia, norte da França e Itália. O privilégio deu-lhe poderes para unir diversas abadias sob sua supervisão e para receber em Cluny monges de abadias beneditinas ainda não reformadas. 

Porém, a maior parte dos mosteiros reformados permaneceu independente e diversos se transformaram também em pólos de reforma. Odon se tornou o grande reformador de Cluny, uma abadia que se tornou o modelo de monasticismo por mais de um século e transformou o papel da piedade na vida diária europeia.





Entre 936 e 942, Odon visitou a Itália diversas vezes, fundando em Roma o mosteiro de Nossa Senhora no Aventino e reformando outros tantos conventos, como em Subíaco e Monte Cassino. 

Odon era também, por vezes, encarregado com importantes missões políticas, como, por exemplo, quando a paz foi firmada entre Hugo de Arles e Alberico I de Spoleto.

 Estando em Roma, grave doença fez-lhe pressentir que seu fim estava próximo. Odon pediu então muito a seu patrono, São Martinho, que lhe fosse concedido morrer junto a seu túmulo, tendo este Santo lhe restituído a saúde. Depois dos muitos sofrimentos e fadigas de tão longa viagem em lombo de burro e a pé até Tours, lá chegou no próprio dia da festa de São Martinho.

Santo Odon celebrou a Missa com um fervor extraordinário, oferecendo-se a Deus como vítima imolada à Justiça Divina. Três dias depois, caiu novamente de cama, e começou a preparar seus filhos espirituais para prosseguirem sua obra em meio a lamentações e preces de milhares deles provenientes de várias casas. Assim entregou sua alma de fogo ao Criador.





Cluny

Cluny










Santo Odon selecionara e formara os discípulos na escola que criara. Cluny continuaria por mais de um século a ser dirigida por discípulos que deram origem à famosa série dos "Santos Abades de Cluny". Esta começa por seu sucessor direto, Beato Aimar, substituído por São Maiolo, elevando-se depois Santo Odilon, para culminar com aquele que talvez foi o maior de todos eles: São Hugo, que levou Cluny a seu apogeu.











Nascimento de Odon, fruto da oração paterna

O sábio Abon, pertencente à nobreza militar franca e ligado a muitas das casas reinantes da época, mais nobre ainda pela virtude do que pelo brasão de armas, via os anos escoarem-se sem ter filhos. Numa véspera de Natal, cheio de fervor, suplicou com lágrimas ao Divino Salvador que, pela virtude de Seu nascimento temporal e pela fecundidade de Sua Santa Mãe, tornasse fecunda sua esposa, estéril e já passando à maturidade.

No ano seguinte, 879, seus votos foram ouvidos, dando sua mulher à luz um menino, que recebeu o nome de Odon, que ele se apressou em consagrar a São Martinho de Tours, um dos Santos mais populares da época. Quando Odon atingiu a idade da razão, Abon deu-lhe como preceptor um piedoso sacerdote, que o formou na virtude e no rudimento das letras.

Na puberdade, Odon transformara-se em um belo rapaz, cheio de encanto e boa disposição. O pai, por apego, em vez de cumprir o voto que fizera a São Martinho, destinou-o à carreira das armas, enviando-o para a corte de Foulques II, Conde d’Anjou, e depois para a de Guilherme, o Piedoso, Duque da Aquitânia.

Não é de estranhar que, na vida de corte, o jovem Odon, cada vez mais entusiasmado com caçadas, aprendizado das armas e jogos, fosse deixando seus exercícios de piedade. Mas Deus, que o queria para Si, fazia com que, por mais que procurasse, ele não encontrasse nisso senão desgostos. Ao mesmo tempo, sonhos terríveis -- nos quais via a punição de uma vida tíbia e relaxada -- o aterravam. Angustiado com esse estado de coisas, o adolescente recorreu à Santíssima Virgem: numa noite de Natal suplicou-Lhe instantemente que se apiedasse dele, e o conduzisse pela reta via da santificação.

No dia seguinte, Odon, então com 16 anos, amanheceu com terrível dor de cabeça, incapaz de manter-se de pé. O estranho mal, que durou três anos, foi se agravando de modo a temer-se por sua vida. Foi só então que o pai, assustado e vendo nisso uma punição de São Martinho, narrou ao filho a consagração feita, aconselhando-o a renová-la por si mesmo. Odon o fez, prometendo servir o Santo até o fim da vida. A cura foi instantânea!







Grande músico, Odon compôs 12 antífonas a São Martinho, um hino ao Santíssimo Sacramento, uma antífona a Santa Maria Madalena, tendo escrito também um trabalho teórico sobre música. Conta-se que nas viagens o santo Abade ensinava os pastores a cantar suas antífonas, presenteando-os quando o faziam bem.













Migalhas de pão transformadas em pérolas

Um milagre que ocorreu nessa época evidencia quanto Odon era dileto ao Criador. Segundo os hábitos do mosteiro, era de regra que os monges pegassem toda migalha de pão que sobrasse ao redor do prato e a pusessem na boca antes de terminada a leitura.

Ora, Odon as havia recolhido, mas absorto com o que era lido, não as levara à boca a tempo. Como, pela regra, não podia comê-las nem deixá-las, não sabendo o que fazer, esperou o término da oração de ação de graças, foi ao meio do refeitório e, prosternando-se diante do Abade, acusou sua falta. Como este não entendeu o que dissera, Odon abriu a mão para mostrar-lhe as migalhas. Estas tinham se transformado em pérolas de especial valor, que foram depois empregadas nos ornamentos da igreja.

Com permissão do Abade, Odon foi à casa paterna dar assistência religiosa a seus idosos pais. Falou-lhes com tanta unção do desapego deste mundo, que ambos, apesar da idade, renunciaram a tudo e entraram num mosteiro para terminar seus dias.

À sua volta o monge, apesar de sua relutância, recebeu o sublime Sacramento da Ordem, tornando-se sacerdote eternamente.







Ó Deus, 
pela intercesão de Santo Odon, concedei-nos
perseverar na oração e na prática das virtudes
para alcançarmos um dia a graça da vida eterna.
Por Cristo Senhor nosso.
Amém




Statue of the Blessed Virgin Mary with the Christ Child, from the Abbey of Cluny. Photo by Harmonia Armand.

Imagem da Virgem Maria da abadia de Cluny,


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