A lenda capixaba do Pé do Diabo ou da Pedra do Diabo pode ser assim resumida: em Inhanguetá (ou Nhanguetá, nome que, só por si, já faz lembrar o Diabo) viveu outrora um homem muito rico, avarento e mau que, para aumentar suas propriedades, ia se apossando, deslealmente, das terras alheias. Talvez por castigo do céu, terrível praga lhe foi assolando e destruindo a fazenda, e ele começou a empobrecer.
Foi quando o Diabo lhe apareceu e com ele firmou um pacto terrível: à meia-noite de uma sexta-feira pré-fixada o homem lhe entregaria o próprio filho. Isto se daria em local próximo à fazenda e, em troca, o Diabo lhe aumentaria as posses e a fortuna.
A mulher do fazendeiro teve conhecimento do ajuste e, devota de Santo Antônio, a este pediu, em orações, salvasse o filho. Na meia-noite do dia aprazado, o homem levou o filho ao lugar que ajustara – uma pedra rasa – e ali o deixou sozinho, afastando-se rápido.
O Diabo logo aparece e tenta carregar o moço.
Foi quando lhe surge pela frente Santo Antônio que, riscando uma cruz na pedra – com um chicote, dizem algumas versões – valentemente acomete o Demo.
Este, em pouco, vencido, some-se na escuridão da noite. Na superfície da pedra ficaram as marcas dessa luta: a cruz e as pegadas do santo e do Diabo, a deste bem maior.
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