quinta-feira, 5 de novembro de 2015

PARA QUE REZAR MISSA DE SÉTIMO DIA?


A Missa de Sétimo dia é uma tradição Católica brasileira, mas que tem respaldo bíblico:

“fizeram um funeral grandioso e solene e José guardou por seu pai um luto por sete dias” 
(Gn, 50, 10).

Os sete dias nos lembram que Deus fez o mundo e descansou no sétimo dia (Gênesis 2, 2), assim como esperamos descansar desta vida em Deus. 

São Paulo chama a morte de descanso sabático, pois descansaremos de nossas obras em Deus:

"Assim, ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus;
pois todo aquele que entra no descanso de Deus, também descansa das suas obras, como Deus descansou das suas.
Portanto, esforcemo-nos por entrar nesse descanso, para que ninguém venha a cair, seguindo aquele exemplo de desobediência."
Hebreus 4:9-11

O primeiro livro de Samuel afirma que, por ocasião da morte do rei Saul, seus comparsas guerreiros, numa cerimônia fúnebre, queimaram seu corpo e depois enterraram os ossos debaixo de uma árvore, fazendo um jejum de sete dias (1 Sm, 31, 13).

 Outras duas passagens bíblicas que refere a morte e seus sete dias posteriores estão nos livros de Judite e Eclesiástico. 

O primeiro afirma que, quando morreu Judite, a heroína do povo hebreu, os israelitas fizeram luto por sete dias (Jd 16, 24):


"24. Ela (Judite) viveu cento e cinco anos na casa de seu marido, e deu liberdade à sua escrava. Morreu e foi sepultada em Betúlia junto de seu marido.
25. Todo o povo a chorou durante sete dias."


 E o livro do Eclesiástico afirma que “o luto pelo morto duram sete dias” (Eclo, 22, 11).

Eclesiástico 22:
"10. Chora sobre um morto, porque ele perdeu a luz; chora sobre um tolo, porque é falho de juízo.
11. Chora menos sobre um morto, porque ele achou o repouso;
12. a vida criminosa do mau, porém, é pior do que a morte.
13. O luto por um morto dura sete dias, mas por um insensato e um ímpio, dura toda a sua vida."

O COSTUME DA IGREJA É A MISSA DE CORPO PRESENTE:

O costume, em toda a Igreja Católica, sempre foi o de rezar Missa pelos mortos logo após o seu falecimento, no mesmo dia do sepultamento. Era a chamada Missa de corpo presente, ou Missa rezada diante do cadáver da pessoa pela qual se oferecia a Missa.






MISSA DE SÉTIMO DIA É COSTUME BRASILEIRO

Aqui no Brasil, se arraigou o costume de rezar a Missa no sétimo dia após o falecimento, portanto, a missa de 7.º dia é um ritual BRASILEIRO, não é uma pratica seguida em outros países, nem consta do Missal Romano ou do Oficio de Defuntos.

O ritual da missa de 7.º dia é exclusivo do Brasil, vem dos tempos coloniais quando não existiam estradas, nem aviões, nem carros nem ônibus, nem trens, capazes de trazer um parente do defunto de uma distância grande até o local do velório.

Esse costume vigora ainda hoje até nas grandes cidades. Esta é a oportunidade para que se reúnam os numerosos parentes e amigos do falecido. Nem sempre os participantes são pessoas plenamente conscientes do valor da oração e da eucaristia.

As missas de 7º dia podem e devem se tornar momentos de evangelização dos católicos que vivem afastados da comunidade. O importante é que o ato não seja meramente social, mas uma manifestação de fé na ressurreição!





PRECISAMOS ORAR PELOS MORTOS

Após à morte somos julgados pelo que fizemos na terra  (Heb 9,27) e devemos receber a paga de tudo o que praticamos de bem ou de mal enquanto estávamos no corpo (II Coríntios 5, 10), logo, é necessário um lugar de castigos além do inferno (para onde vão os que cometem pecado mortal). 

A Palavra de Deus aponta para castigos temporais na outra vida ( Lc 12, 45-48; Mt 5,22.25-26) (para os salvos (I Cor 3, 10-15) que devem pagar pelas consequências de seus pecados) destino das que fizeram coisas repreensíveis ( Lc 12, 45-48; Mt 5,22.25-26), o que chamamos de Purgatório.

São João afirma que se orarmos por alguém que pecou de um pecado que não é para a morte essa pessoa será salva (1 Jo 5,16), e São Paulo afirma que os cristãos se batizavam pelos mortos( I Cor 15,29), claro com a intenção de os salvar, assim a Palavra de Deus nos dá o respaldo e nos aponta a necessidade de orar pelos falecidos.

Já no Antigo Testamento vemos a prática de oferecer um culto de sacrifício para que os mortos sejam livres de seus pecados.  No segundo Livro dos Macabeus lemos: 

Santo e salutar pensamento este de orar pelos mortos. Eis porque ofereceu um sacrifício expiatório pelos defuntos, para que fossem livres dos seus pecados
(Mac 12, 41-46)


Orar pelos mortos é um ato de caridade cristã. Lembrando que toda Missa é uma ação de Graças, também é um culto de agradecimento pela vida da pessoa que se foi.

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A maior oração que podemos oferecer é a Santa Missa,pois nela temos a renovação do sacrifício de Jesus que nos salvou (1 Coríntios 10,16; 2 Coríntios 11, 27-29; 2 Coríntios 11, 26). 

Sacrifício feito uma só vez, mas renovado em nossos altares, pois Cristo vive para interceder por nós (Hebreus 10,10; Hebreus 7,24; Hebreus 7,25; 1 Coríntios 10,16; 2 Coríntios 11, 27-29; 2 Coríntios 11, 26).








Um comentário:

  1. Muito bom!
    Passagens esclarecedoras, rezar pelos falecidos é ato de misericórdia. E nosso Deus é esta misericórdia infinita que nos resgata além da nossa passagem por esta vida.

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